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Inteligência Artificial e tecnologia na saúde ocular

Nas últimas décadas, a área da saúde tem experimentado avanços extraordinários, e a oftalmologia não é exceção. Com a introdução da Inteligência Artificial (IA) e o desenvolvimento contínuo de tecnologias, estamos testemunhando uma revolução na saúde ocular, resultando em diagnósticos, tratamentos e cuidados mais precisos. 

Tecnologia e saúde ocular 

Durante a pandemia de Covid-19, a tecnologia deu um salto significativo na área da saúde, com muitas empresas adotando operações digitais. O Mapeamento Healthtech 2022, conduzido pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups) e a consultoria Deloitte, revelou que o setor de saúde tem experimentado um crescimento contínuo, impulsionado pela criação de novas healthtechs (startups voltadas para a área de saúde), e pelo lançamento de tecnologias no mercado. Os investimentos em startups de saúde mais que dobraram desde 2017, atingindo 1,5 bilhão de dólares em 2020. 

O que são Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning? 

Embora os termos “Inteligência Artificial” e “Machine Learning” sejam frequentemente usados de forma semelhante, eles têm definições distintas. A IA é um conceito amplo que engloba a criação de máquinas e programas capazes de simular o pensamento humano.  

Por outro lado, o Machine Learning, ou aprendizado de máquinas, é uma subárea da IA que permite que máquinas aprendam com dados, sem programação explícita, simulando a capacidade humana com base na análise de tentativa e erro. 

Ambas as tecnologias desempenham papéis importantes na área da saúde ocular, muitas vezes trabalhando em conjunto para melhorar diagnósticos e tratamentos.  

Inteligência Artificial na saúde ocular 

Como foi dito anteriormente, a evolução tecnológica tem gerado avanços notáveis, especialmente para pessoas com erros refrativos, como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia. O mercado já oferece soluções como lentes ultrafinas, minimizando a distorção causada pelas lentes e apresentando inovações nas armações, com análise do formato do rosto do usuário e materiais mais resistentes e duráveis. 

Paralelamente, nos últimos anos, a indústria oftalmológica tem se aliado à IA no desenvolvimento de técnicas, como luzes terapêuticas, terapia genética e tratamentos combinados, destinados a remediar os efeitos de doenças como câncer, cegueira, degeneração macular, catarata e glaucoma.  

Além disso, um estudo recente ganhou destaque ao utilizar colágeno de porco para restaurar a visão de pessoas com ceratocone, enquanto uma inovação promissora envolve lentes de contato equipadas com micro agulhas, tão pequenas que não causam desconforto nos olhos dos usuários. Embora ainda esteja em fase de testes, esse projeto apresenta potencial para revolucionar a indústria óptica nos próximos anos.  

Exemplos de uso da Inteligência Artificial (IA) em Oftalmologia e como funcionam  

Aqui estão algumas maneiras como essas tecnologias estão sendo utilizadas: 

Detecção de doenças oculares 

Por meio da análise comparativa de imagens, a Inteligência Artificial pode reconhecer desvios e doenças oculares. Possibilita a identificação precoce de condições como a retinopatia diabética, condição na qual a visão não mostra sintomas visíveis. Com o auxílio do IDx-DR, o primeiro dispositivo de IA aprovado pelo FDA (Agência Regulatória Norte-Americana), a tecnologia permite a identificação precisa de sinais de alerta precoce da doença. 

Software para identificar Degeneração Macular 

Segundo a revista Cell Magazine, em 2018, foi criado um software baseado em IA capaz de detectar os primeiros indícios de degeneração macular por meio da análise de imagens selecionadas por especialistas em avaliação de imagem. Essa tecnologia não apenas possibilita o diagnóstico, mas também ajuda a monitorar a progressão da doença. 

Cuidados personalizados 

Ao analisar variáveis como o movimento dos olhos do usuário, expressões faciais, frequência de piscar, bem como as condições de iluminação e níveis de ruído do ambiente circundante, os sistemas de monitoramento visual têm a capacidade de ajustar automaticamente o brilho da tela e o contraste visual. Isso é feito para evitar que os usuários utilizem computadores por longos períodos, promovendo a saúde ocular e reduzindo a fadiga visual. 

Diagnóstico precoce em crianças 

Ao analisar imagens, outra vez, a IA é capaz de detectar sinais de condições como glaucoma, estrabismo e ambliopia, permitindo intervenções precoces e preservando a visão das crianças. 

Prescrições mais exatas 

Com avanços notáveis, a IA pode processar dados de milhares de pacientes, examinar registros médicos e utilizar modelos 3D para determinar a prescrição ideal de óculos ou lentes de contato, ajudando, não só na prevenção de doenças, mas na melhora da acuidade visual dos pacientes.  

O que esperar para o futuro? 

Com o ritmo contínuo de desenvolvimento, espera-se que a IA forneça ainda mais suporte aos oftalmologistas no futuro, auxiliando em decisões profissionais relacionadas ao tratamento ocular.  

Contudo, é importante salientar que a Inteligência Artificial (IA) atua como um complemento e não uma substituta nos cuidados com a saúde dos olhos. Embora a IA auxilie os profissionais e democratize alguns processos visuais, até então, ela não pode substituir a interação entre oftalmologistas e pacientes, que envolve empatia. Além disso, apesar dos resultados rápidos e precisos oferecidos na maioria das vezes, a IA é passível de erros, sendo necessária sempre a supervisão de um profissional. 

A IA vem como uma aliada valiosa na otimização de processos e na redução de custos, podendo ampliar a qualidade e a acessibilidade dos cuidados com a visão. Ela tem o potencial de promover, desenvolver e prevenir questões de saúde ocular, contribuindo para um acesso mais amplo, melhorado e democratizado à assistência oftalmológica de qualidade. 

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